O que é PH, Como Medir e Faixa Ideal para os Peixes

O pH é uma medida que indica o nível de acidez ou alcalinidade de uma substância, incluindo a água. Na piscicultura, o pH da água desempenha um papel fundamental na saúde e no bem-estar dos peixes. Ele afeta diretamente as funções fisiológicas, a respiração, o metabolismo, a digestão e a resposta imunológica dos peixes.

O que é PH

O pH é uma escala que varia de 0 a 14, sendo 7 considerado neutro. Valores abaixo de 7 indicam acidez, enquanto valores acima de 7 indicam alcalinidade. A maioria das espécies de peixes de cultivo prefere um pH ligeiramente alcalino, variando de 7 a 8,5, embora isso possa variar de acordo com a espécie específica.

Quando o pH da água está fora da faixa ideal, podem ocorrer diversos problemas para os peixes. Valores de pH muito baixos (ácidos) podem causar irritação nas brânquias e na pele dos peixes, levando a danos nas células e dificultando a respiração.

Além disso, baixos níveis de pH podem interferir na absorção de nutrientes essenciais, como cálcio e magnésio, afetando o crescimento e o desenvolvimento adequado dos peixes.

Por outro lado, valores de pH muito altos (alcalinos) podem levar à formação de compostos tóxicos, como amônia não ionizada, que podem prejudicar a saúde dos peixes. Um pH elevado também pode afetar a função das brânquias, interferindo na respiração eficiente e causando estresse nos peixes.

Além disso, o pH afeta a eficácia dos produtos químicos utilizados no tratamento da água, como medicamentos e desinfetantes. Valores extremos de pH podem alterar a solubilidade desses produtos, tornando-os menos eficazes ou até mesmo tóxicos para os peixes.

Manter um pH adequado na criação de peixes é essencial para garantir a saúde e o bem-estar dos animais. É importante monitorar regularmente o pH da água do sistema de cultivo e realizar os ajustes necessários para mantê-lo dentro da faixa ideal. Isso pode ser feito utilizando produtos químicos de correção de pH, como carbonato de cálcio ou ácido sulfúrico, de acordo com as necessidades específicas da espécie de peixe cultivada.

Faixa de PH ideal

Aqui estão as faixas ideais de pH para 50 espécies diferentes de peixes comumente criados na piscicultura brasileira:

• Pirarara (Phractocephalus hemioliopterus): 6,5 a 8,0
• Piau-três-pintas (Leporinus friderici): 6,0 a 7,5
• Matrinxã-amarelo (Brycon spp.): 6,0 a 7,5
• Tabatinga (híbrido de tambaqui e pirarara): 6,5 a 8,0
• Lambari-do-rabo-vermelho (Astyanax lacustris): 6,5 a 8,0
• Cachapinta (Pseudoplatystoma spp.): 6,5 a 8,0
• Piabanha (Brycon insignis): 6,0 a 7,5
• Surubim-pintado (Pseudoplatystoma spp.): 6,5 a 8,0
• Curimba (Prochilodus lineatus): 6,5 a 8,0
• Mandi-amarelo (Pimelodus maculatus): 6,5 a 8,0
• Apapá (Lophiosilurus alexandri): 6,5 a 8,0
• Cachara-pintada (Pseudoplatystoma spp.): 6,5 a 8,0
• Tucunaré (Cichla spp.): 6,0 a 7,5
• Piapara (Leporinus elongatus): 6,0 a 7,5
• Bagrinho (Trachelyopterus spp.): 6,5 a 8,0
• Cachorra (Hydrolycus spp.): 6,0 a 7,5
• Apapá-amarelo (Lophiosilurus alexandri): 6,5 a 8,0
• Piau-cinza (Leporinus obtusidens): 6,0 a 7,5
• Lambari-do-rabo-verde (Astyanax aff. fasciatus): 6,5 a 8,0
• Tilápia (Tilapia spp.): 6,5 a 8,5
• Carpa Comum (Cyprinus carpio): 7,0 a 8,5
• Pacu (Piaractus mesopotamicus): 6,5 a 8,0
• Tambaqui (Colossoma macropomum): 6,0 a 7,5
• Pirarucu (Arapaima gigas): 6,0 a 7,5
• Matrinxã (Brycon spp.): 6,0 a 7,5
• Dourado (Salminus brasiliensis): 6,0 a 7,5
• Bagre (Ictalurus punctatus): 6,5 a 8,0
• Pintado (Pseudoplatystoma corruscans): 6,5 a 8,0
• Pirapitinga (Piaractus brachypomus): 6,5 a 8,0
• Jundiá (Rhamdia quelen): 6,5 a 8,0
• Surubim (Pseudoplatystoma spp.): 6,5 a 8,0
• Matrinxã-rei (Brycon amazonicus): 6,0 a 7,5
• Lambari (Astyanax spp.): 6,5 a 8,0
• Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum): 6,5 a 8,0
• Traíra (Hoplias malabaricus): 6,0 a 7,5
• Piau (Leporinus macrocephalus): 6,0 a 7,5
• Apaiari (Astronotus ocellatus): 6,0 a 7,5
• Piauçu (Leporinus elongatus): 6,0 a 7,5
• Pirapema (Brycon nattereri): 6,0 a 7,5
• Jatuarana (Cichla sp.): 6,0 a 7,5
• Lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae): 6,5 a 8,0
• Tambacu (híbrido de tambaqui e pacu): 6,5 a 8,0
• Tambatinga (híbrido de tambaqui e pirapitinga): 6,5 a 8,0
• Patinga (híbrido de pintado e pintado-amarelo): 6,5 a 8,0
• Lambari-cascudo (Astyanax fasciatus): 6,5 a 8,0
• Jaraqui (Semaprochilodus spp.): 6,5 a 8,0
• Curimatã (Prochilodus spp.): 6,5 a 8,0
• Piau-vermelho (Schizodon nasutus): 6,5 a 8,0
• Mandi (Pimelodus spp.): 6,5 a 8,0

Lembrando que essas faixas de pH são apenas indicativas e podem variar ligeiramente para cada espécie. É essencial consultar especialistas, pesquisas científicas e referências confiáveis ao criar peixes em sua piscicultura, para garantir que os parâmetros de pH e outros fatores ambientais estejam adequados às necessidades específicas de cada espécie.

Como medir o PH da água

Existem várias maneiras de medir o pH da água dos peixes. Aqui estão alguns métodos comuns utilizados na piscicultura:

Teste de pH em papel: É um método simples e econômico. Basta mergulhar uma tira de papel indicador de pH na água do aquário ou tanque por alguns segundos e comparar a cor resultante com a escala de cores fornecida no kit de teste. Esse método pode fornecer uma estimativa geral do pH, mas pode não ser tão preciso quanto outros métodos.

Kit de teste de pH em gotas: Esse método utiliza um kit de teste que inclui um reagente líquido. Você adiciona algumas gotas do reagente na amostra de água e observa a mudança de cor. A cor resultante é comparada com uma escala de cores fornecida no kit para determinar o valor do pH. Esses kits de teste são mais precisos do que os testes de papel.

Medidor de pH digital: É um dispositivo eletrônico que mede o pH da água com alta precisão. Basta mergulhar a sonda do medidor na água e o valor do pH é exibido em uma tela digital. Esses medidores são mais caros, mas oferecem resultados mais precisos e são amplamente utilizados em laboratórios e operações de piscicultura profissionais.

Independentemente do método escolhido, é importante seguir as instruções do fabricante e calibrar os equipamentos regularmente para garantir a precisão das medições. Manter um controle regular do pH da água é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar dos peixes em um ambiente aquático adequado.

Conclusões
É recomendado que os ajustes de pH sejam feitos gradualmente, para evitar flutuações bruscas que possam causar estresse nos peixes. Além disso, é fundamental fornecer uma boa qualidade de água em termos de pH, bem como de outros parâmetros como temperatura, oxigênio dissolvido e amônia, para promover o crescimento saudável e o sucesso da criação de peixes.